terça-feira, 12 de julho de 2016

O Cachimbo na Umbanda

Quando adentramos em um terreiro de umbanda ficamos hipnotizados por suas cores, imagens e cheiros.
Um dos causadores desse efeito magico que a Umbanda causa é a fumaça que está presente nos ritos tanto nos defumadores quando nos “pitos” que dala faz parte.
                Pitar dentro de um terreiro não é apenas algo banal e simples, mas sim sagrado.

No texto de hoje irei falar sobre um desses “Pitos”
O Cachimbo.

O cachimbo dentro da umbanda é quase que automaticamente associado a imagem do Preto Velho, que já ao chegar no mundo vai pedindo sua bengala, chapéu, cachimbo e patuás.
Mas ele não é apenas um pedaço de madeira trabalhado não. O seu uso é milenar e os nossos amados guias de umbanda o associaram aos seus ritos sagrados, afinal dentro da religiosidade nada é por caso tudo tem um motivo, causa e efeito.

A melhor explicação que achei para o cachimbo veio das pajelanças indígena onde ele era associado como o símbolo do universo, com a seguinte explicação:
O Forno: Local onde colocamos as ervas e/ou Fumo.
É a imagem da Mãe Mata – O Feminismo Sagrado
O Tubo: Por onde passa a fumaça
É a imagem do Pai Céu – O Masculino Sagrado
As Ervas: Usadas nos ritos
É a Representação das Criaturas vivas
A fumaça: O produto final
É a Natureza em movimento.

Sabemos que a fumaça é a grande anfitriã, pois é nela que encontramos a energia, e é com ela que nossos amados guias fazem a limpeza e renovam o ambiente.
Mas com esse texto espero que todos tenhamos a certeza que um Preto Velho pede para pitar um cachimbo não é apenas para sentar e “contar causos” tem muita magia por trás de cada instrumento usado na umbanda!

Saravá a nossa Umbanda !
Saravá aos Nossos Guias !
Saravá aos Mistérios !
Saravá a Magia !


terça-feira, 14 de junho de 2016

Sou assim ...



Sou assim feita de um rebuliço de vento,
Sou doce, 
Sou fogo,
Sou calma,
Sou atrevida.

Sou a menia dos olhos de Oxalá.
Sou filha do Dendê.
Sou cria de Iansã!

Texto: Amanda Noguez

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Fundamentos das guias

Na nossa Umbanda querida as nossas guias são colares coloridos que são utilizados nos trabalhos, fazendo parte do fundamento de todo Umbandista.
São verdadeiros para-raios em defesa dos médiuns.
É um objeto no qual os Guias e Protetores imantam com determinada força para servirem de instrumentos em ocasiões precisas.
É uma das ferramentas utilizadas pelos médiuns, como defesa, pois no cotidiano acaba se deparando e entrando em contato com energias às quais ele não poderia suportar, ai entra a proteção da guia, pois, por ser de um material atrativo (é preparada para isso) a guia recebe toda a carga negativa podendo até arrebentar de repente, sem nenhuma explicação aparente.
Por isso que quando vamos a um terreiro, ou quando abrimos os trabalhos defumamos as guias, justamente para descarregar, as energias acumuladas ali.

Mas tem outras finalidades como:
Serve como instrumento de ligação psíquica entre Médium e o Espírito;
Instrumento de trabalho, na roda de umbanda.
Serve como material de trabalho das entidades, atraindo ou emitindo energias...

Historia das guias       

O uso de colares, pulseiras e talismãs é tão antigo quanto a própria humanidade.
O uso com respeito de colares confeccionados de forma rudimentar se perde no tempo, tendo começado em eras remotas, então, que fique claro aos umbandistas que o uso de colares ou "guias de proteção" não é uma coisa só da Umbanda ou dos cultos afros aqui estabelecidos.
Um exemplo são os padres da Igreja Católica usam rosários, crucifixos pendurados no pescoço (um colar, certo?), escapulários, etc., assim como todos os sacerdotes, beatos e devotos da religião católica o fazem com seus colares consagrados.
Outro exemplo é que cadáveres eram enterrados com colares, talismãs, etc., pois precisavam proteger seus espíritos no mundo dos "mortos", assim como haviam precisado deles aqui no mundo dos "vivos", e isso acontece até os dias de hoje na cultura ocidental cristã, na qual o uso antigo de colares mágicos e protetores perderam seus fundamentos, sendo substituídos por gravatas, lenços, cachecóis, fitas, etc. que envolvem o pescoço dos vivos e dos cadáveres, certo?
Portanto, nós umbandistas não deveríamos nos sentir constrangidos por usar em público colares ou "guias", pois não é em nada diferente do que todo mundo faz.


Confecção
Somente após serem consagradas as guias poderão ser usadas e estará sendo um amuleto de proteção e instrumento magico nas mãos dos guias.
*Não devemos usar plástico ou tipo de material similar, pois estes não são filtros indicados para o trabalho espiritual.
O que devemos fazer é simples seguir alguns passos:
Fabricação
Purificação
Energização
Consagração

Fabricação
O bom seria se agente mesmo fizesse nossas próprias guias, pois já enfiando as contas vai desejando coisas boas.  Mas se não tiver como as fazes pode comprar pronta mesmo.
Purificação
Algumas casas passam no amacie (macerado de ervas), outra maneira é na água pura (chuva ou mineral), água com mel ou ainda cada guia pede como é feita a sua purificação.
Energização
É velar as guias, para que ela receba a energia do fogo.  É o memento de fazer oração, e pedir coisas boas.
Consagração
Depois de tudo pronto e feito, entregar para os guias para que eles passem as energias necessárias para as guias.
*Pode ser deixado no Conga por um determinado tempo para receber  a energia

Importante
Normalmente, quem da às ordens para a fabricação das guias são o nosso guias espirituais e cada linha tem suas cores especificas, normalmente segue a do seu orixá Regente.
Essas ordens podem vir do guia em terra, ou mesmo por suas varias manifestações mediúnica.

ATENÇÃO:
1. Nossas guias são nossas ferramentas na caridade espiritual. Devemos cuidar e respeitá-las. Elas são a nossa força e nossa fé. Elas são nosso escudo de amor e paz. Cada guia que usamos revela o que queremos, para que estamos aqui e o que pretendemos ao usá-la. Então irmãos, vamos cuidar sempre, de uma a uma, com muito amor, paciência e humildade.

Texto: Amanda Noguez



quarta-feira, 18 de maio de 2016

Eu Sou Oxum e Xangô !


Eu carrego a Magia desse casal !
Eu carrego a doçura da Mãe Oxum,
E a força de meu pai xangô !
Eu carrego a Leveza d'Oxum,
E a maestria de Xangô !
Eu carrego o Axé, 
Eu Sou a mistura perfeita entre o Epô e o Mel !
Eu sou Oxum e Xangô !

Texto: Amanda Noguez



sábado, 14 de maio de 2016

Ajoelhar-se

      É comum vermos principalmente no inicio e ao termino das terreiras a corrente se ajoelhar, para fazer orações e os cantos iniciais ou finais, mas por quê?

      O ato de tocar com os joelhos ao chão é praticado é difundida em várias religiões como, por exemplo, a Igreja Católica, que durante a missa ficamos de joelhos para falar com o senhor. É um ato de respeito ao criador e humildade que temos diante do divino e igualdade com o próximo.

      Na umbanda a teoria é a mesma, pois é pelo fato de todos sermos iguais e temos carinho, amor, obediência, respeito e humildade perante o amor de Deus e ao plano espiritual.

      Também faz lembrar o quanto somos pequenos diante do universo criado por ele, e mostrar e lembrar a todos que dentro da religião somos apenas instrumentos, daqueles que mais sabem e carregam a sabedoria.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pontos de Pretos Velhos !


Bahia, Oh, África!
Vem cá,
Vem nos ajudar!

Força Baiana, Força Africana,
Força divina,
Vem cá, vem cá! 
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Preto velho vem agora
E vem benzer os seus filhos com guine
É na aruanda que ele afirma seu ponto
É na terreira que ele mostra a sua fé.
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Lá vem vovó
Descendo a serra com sua sacola
É com seu patuá
É com seu rosário
Ela vem de angola
Eu quero ver vovó
Eu quero ver
Eu quero ver
Se filho de pemba não tem querer
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Vovô não quer
Casca de coco no terreiro 
P´ra não lembrar do tempo do cativeiro 
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Quando a lua brilhou no céu,
A Umbanda balanceou.
Da licença que os Pretos Velhos
vieram só falar de Amor.
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A linha de Pretos Velhos os "Psicólogos da Umbanda".

A origem:
A Legião de espíritos chamados "Preto-Velhos" foi formada no Brasil, devido a comercialização de escravos arrebanhados da África.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.
Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião. Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem à viagem, ao trabalho e todo o resto que estava por vir.
Porém, foi com essa minoria que pode ensinar e repassar a doutrina no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza.
Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre todos nós.
Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada.0 gradualmente no plano espiritual.
Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em médiuns seja como a grande maioria na umbanda ou ainda em alguns centros kardecista.
Sendo tudo isso em prol da evolução espiritual.


Pretos Velhos na Umbanda:
Os espíritos que se apresentam nessa linha se manifestam com o corpo fluídico de negros trazido da África, para serem escravos no Brasil. Carregam em seus espíritos toda a luz, sabedoria e humildade que essa ultima vida terrena os proporcionou.
Mas esses espíritos não tiveram apenas  vida de escravos, e com todo o ciclo reencarnatório aprenderam que somente o amor constrói e une a todos, a matéria nos permite existir e vivenciar todo esse aprendizado e é por todas essas lições que os “PRETINHOS” são tão queridos dentro da Umbanda.
Vibram na linha das Almas (Almas Santas) ligada a vibração de Omolu e mensageiros de Oxalá. São mandingueiros poderosos, exímios benzedores  e também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
. Dentro de qualquer casa de Umbanda  tem um ditado que diz: Mandinga de Preto Velho só Preto Velho desmancha.
Esses guias de luz elevada seguem a doutrina do Tríplice Caminho:
Alegria e Pureza + Fortaleza +Sabedoria e Humildade.
Quando em terra as suas giras são carregadas de uma energia e uma força que só quem presencia sabe com é. Eles trabalham trazendo esperança e quietude, fazendo de tudo para confortar e tirar as dores (físicas, espirituais e mentais) de quem a eles recorrem. E é com essa humildade, e imensa sabedoria, que nos auxiliam nesta busca de respostas, com conselhos e vibrações de amor incondicional.
Cada uma tem sua maneira de benzer os seus consultantes, alguns utilizam apenas agua mineral, que eles mesmos fluidificam antes de começar, outros usam fusão de ervas com cachaça ou vinho. Nunca dispensam Suas ervas, principalmente a arruda para benzer e livras os “Fios” dos males.
Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.